5 de dezembro de 2008

gato-homem (2)

os corpos movem-se elipticamente,
pintando o crepúsculo de um azul-baço.
seguem-me o fio do olhar e queimam-no,
sopram-no friamente, são corpos quentes


Nasci outra vez, conheci novamente a morte do gato. Só tem duas horas de vida e não sabe de nada.

[Chego a casa. Está a beber água. os lábios mordem-se, entrelaçando-se. a água mistura-se com os silvos, secos, do sangue.]

Deita-se e dorme, inconsciente do sofrimento que nos move. dez minutos, e noite.
sento-me ao lado. durmo e acordo.

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