22 de abril de 2009

Monólogo de um deus solitário




A carne exala credos:
É todo um rosário de madrepérolas vermelhas,
úteros em ebulição.
Carne que é extensão da libido quando ouve orações a virgens
fecundadas

Sentado na Mesa,
doze lugares vagos. Ecos da minha voz.
Eu, a minha Carne e a Roupa somos Espírito santo;
a Santíssima Trindade pedindo um café!

Não queremos pão!,
gritam.

'Não há fome,
Não há palavra,
não há ressurreição!’
brado a paredes surdas, altares sem hóstias,
vinho, não há batinas,
as velas apagam-se.

riem-se.
São cordeiros que assistem, hereges,
à derradeira missa.
uma paisagem idílica ao fundo:
lírios, magnólias, espinhos cravados em cabeças suadas.
éden sentiria inveja deste horizonte
mas os risos torrentes
violentam pulmões de cordeiros.

Por isso nego anjos, trombetas e anunciações.
Gabriel em decadência!

2 comentários:

Adriana disse...

Passei para lhe dizer,que é sempre bom ler suas poesias!

Obscuramente disse...

Olha o amigo Nietzsche.... Tenho grande admiração por ele, e tambem gostei do poema.
Virei mais vezes...

Abraço.