5 de janeiro de 2009



Céus trespassados por lâminas,
Incautos cérebros azuis, escarlates.
São crianças chorando
Ao sabor da espada aérea,
Que desce e enviesa na terra fértil.

Significados rolando por toda a parte,
aleatórios.
Barthes chora por isto,
por não poder assistir, incrédulo,
a tudo isto,
a pontos ministeriais que captam a retina
movem-na até esse ponto central, focal.
focam-na!

Crepúsculo esvaído em sangue,
que no acto do corte se afoga
no vermelho lânguido
que flui, descendente.

As lâminas retomam o trabalho sensorial,
sensuais sabres ordenados padres
trazem o Apocalipse.

Céu, arranha-céus, prédio, casa, campo, flor.
A verticalidade desemboca no oceano
e o sangue funde-se ao azul-marinho das sereias.


fotografia de Roland Barthes

1 comentário:

Rounds disse...

do caralho!

principalmente o final.

abs