18 de janeiro de 2009



Prendo-te as mãos ao peito,

Elas caíam de outra forma.


Há muito tempo deixou de fluir sangue,

Divino vinho do corpo,

Por esse corpo árido, sem uvas.


Prendo-as e elas insistem em cair,

Rebolarem pelo teu corpo

(passarem pelo ventre originário, precursor: éden)

E caírem num chão que,

De tão fecundo as destrua,

Tornando-as úteis, funcionais.


Por enquanto são só crentes,

Mãos em concha, juntas.

São ligação Deus – músculo sagrado

(coração, fibra primeira)

Só te servem de consolo, não escavam a terra,

Inúteis na criação,

Na vivência desmesurada.


2 comentários:

anjobaldio disse...

Muito bom. Grande abraço.

Mel de Carvalho disse...

obrigado por me ter mostrado este espaço. tomo a liberdade de o linkar.
gostei muito.