19 de fevereiro de 2009

metafísica


As flores batiam-lhe na cara
e o pólen,
colado,
parecia sangue seco.

A natureza fere-nos
com sentimentos pendulares
que ascendem e descendem como vidas,
pessoas em elevadores,
mulheres que caem,
crianças corrompem úteros como ervas daninhas
corrompem o asfalto

Apareciam carros
desapareciam pessoas.
Ascendiam homens
e a mulher desaparecia
com eles.
A flor violenta na cara rigorosa
era raiz de pensamentos severos.
Deixava feridas que não fluíam como água em leitos.
Eram água seca, pele seca.

Não era natural,
morria sempre que a natureza actuava.
sempre que ela respirava.

E não sabia da existência da morte.

5 comentários:

Anónimo disse...

a natureza faz demasiado barulho

Adriana disse...

a natureza sabe agir com consciencia...

Anónimo disse...

Bem... Uma faceta que desconhecia.
Muito bom! Gostei gostei gostei!

Um abraço!

Texto-Al disse...

o blog n se actualiza, colega? :P

bom poema;)

T.

Anónimo disse...

Saíste-me um belo sacana tu. CAMAFEU! BANDIDO!
Pensamentos homicidas aqui no córtex. Vou tentar barrá-los porque a minha vizinha já vai no quarto marido. Talvez.
Podias ter dito que sabias escrever. Já sabia que contavas até 10. Mas isto não sabia.
Se me permites, vou parafrasear uma frase tua.
Tu dizes:
'crianças corrompem úteros como ervas daninhas'
eu digo:
'Os erros dos homens cumprem os desígnios da Mãe - Puta - Natureza. Amén.'