Corpos deitados são quadros que
não foram pintados, gatos que ágeis
Interrompem a vigília e saltam para o sono.
São pinceladas de vácuo numa câmara escura,
Linhas de uma fotografia desbotada.
Corpos que irrompem e atentam em ancas decididas,
Movimentos em elipse que extasiam.
Explosões,
Implosões que engasgam e tiram ar,
Retribuem com o sangue pulmonar aéreo
Que sai pelo nariz e evita a queda,
levita.
Encarnado como os caules agressivos das rosas.
Olho os corpos e vejo ancas e elipses e gatos
que de tão mortos vivem mais uma vida.
Vejo mesas com frutas, árvores que nascem da madeira da mesa e rezam a Deus
enquanto as ancas e as pernas e os gatos choram.
E todos são corpos,
todos entidades que cheiram a terra, e a ar,
e a sangue.
3 comentários:
bom, muito bom
obrigada. gostei da Poesia por aqui.
Enorme... Por momentos também me fizeste ver "mesas com frutas, árvores que nascem da madeira da mesa"... Descrição perfeita ;)
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