12 de julho de 2009
Poema e Poeta são o mesmo
um poema
é dedos que já não são dedos.
osso apenas
mãos que escreveram poemas lidos
quando o poeta era poema
em potência
Há no poeta do poema
poemas de poetas distantes
mas ubíquos no corpo, dedos como deuses.
Há músicas que não se conhecem sequer
[são de outros poemas
ou de outros poetas]
Há um fosso
entre o poeta e o poema
uma construção vertiginosa do acaso
que se transpõe com um passo
porque o poema,
na sua essência, é o poeta.
Pintura: Depois da orgia, de Cagnaccio di San Pietro
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3 comentários:
"Há um fosso entre o poeta e o poema"
adorei essa parte.
É verdade... Tudo foi, é e será poesia. Apenas mudam os emissores ao longo do tempo, trazendo as suas perspectivas legitimas ao tempo a que pertencem. Muito bom poema ;)
Abraço
Não conhecia o blog...
embora algarvio.
Gostei do que vi e li.
Um abraço
desde o Barlavento.
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