Como pérolas enterradas;
garfos presos por fios inextinguíveis à garganta;
nós em mesas lascivas / naturezas mortas que resfolegam;
tecnocratas a lápis e papel.
Cego
passeio à beira-rio
primavera húmida em flor:
lírios escamados de guelra, rio-manta que os afoga;
o negro sensorial dos
olhos turvos
tacteia a água-filha
que escorre pelos dedos
como areia na ampulheta
O rio passa.
E as mãos recolhem ao leito
desmesurado e eterno
das sombras
10 de setembro de 2009
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1 comentário:
gosto do jeito que escreve...sinto necessidade de ler em voz alta...
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