Lembras-me as velas
que ardem e
deixam cera de licor na pele:
um mar rúbeo de
tochas submersas como
sereias
Lembro-me
das vezes em que éramos
génese de romance de cordel
e os dias eram peça de teatro sem actos
E lembro-me
de o amor ser dogma
e o sol a encher e vazar
como onda ininterrupta entre duas praias.
Agora há só um quarto azul-baço
uma cadeira caída, cama desfeita.
as palavras são
perenes monólogos néscios
sem a metafísica das palavras que jurámos
E o poema sem sereias é apenas matéria.
20 de setembro de 2009
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